quinta-feira, 31 de março de 2011

QUARESMA: TEMPO FAVORÁVEL DE RECONCILIAÇÃO



Oi gente, Deus abençoe a todos!


O tempo em que estamos é chamado de: "tempo favorável para a conversão" - isso significa que este momento abriga as condições necessárias para que uma pessoa mude em si aquilo que percebe que mudando irá lhe ajudar a ficar mais próxima de Deus. Existem alguns sinais que nos ajudam a compreender porque este tempo é favorável, e é compreendendo estes sinais ou estas características do tempo que conseguiremos aproveitá-lo melhor vivendo-o como tempo de real mudança de vida, de conversão, de reconciliação.

Durante todo o ano litúrgico temos oportunidade para ouvir a palavra de Deus, participar de momentos penitenciais, retiros, ouvir canções ou pregações, palestras e com isso viver uma experiência de conversão, porém, na quaresma, temos a principal oportunidade para isso, porque é nela que a Igreja assume uma atitude penitencial e nos convida a todos a fazer o mesmo.

Fazendo um estudo da profecia de Joel (2, 12-18) fui percebendo a mudança de discurso na liturgia. "Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes". Esta leitura parece nos dar o tom do que será este tempo. Será necessária uma atitude de mudança interior, não bastarão às exterioridades, porque ninguém se converte porque usa uma camisa com o rosto de Jesus ou porque põe uma cruzinha no peito. Isso tudo pode até ser conseqüência, mas não é a essência da conversão.

Da mesma forma, ninguém é convertido porque vai à missa todos os dias ou porque reza o terço da mesma forma, ou faz jejuns todas às semanas, muito menos porque é consagrado (a) religioso (a), leigo (a), sacerdote; mas todos e inclusive estes são chamados a uma dinâmica constante de conversão, de mudança de vida. Porque o que faz a diferença é a mudança interior, a capacidade de reconhecer-se dependente de Deus e conseqüentemente dos irmãos. O processo de conversão abre no coração de cada pessoa uma janela para olhar os outros, a vida e acolher a todos os que estão fora. Cada passo de conversão que eu dou, me leva a acolher alguém que ainda não aprendi a acolher.

A conversão a Deus, a partir de Jesus, passa necessariamente pelo outro. E nesse sentido nos dirá São João: "Ninguém pode dizer que ama a Deus que não vê se não ama o seu irmão que vê" - isto é determinante para se identificar um processo de conversão. Nenhum processo de conversão se encerra na própria pessoa e não será processo de conversão se parar na vida da própria pessoa, porque todo o processo de conversão a Deus passa necessariamente pelo caminho chamado "o meu próximo". Isso porque mudar de atitude interiormente, irá refletir diretamente na minha maneira de pensar, de falar e de agir e o termômetro para saber a que nível chegou essa mudança será sempre o meu próximo.

Nesse sentido a Igreja nos dá a oportunidade de celebrar nossa conversão de uma maneira coerente: Oferecendo as leituras que já são próprias do tempo, tornando a liturgia mais reflexiva, sem o uso do canto ou da oração do Glória e também sem o uso do canto ou a oração do Aleluia, que marcam, de certa forma o sentido, mas festivo da liturgia. Por outro lado as celebrações ganham um sentido mais Penitencial, devendo criar oportunidade para a reflexão pessoal e favorecer o encontro da pessoa com Deus.

Vale aqui dizer que a palavra penitencia trás em si um sentido profundo de louvor a Deus, já que, a pessoa se arrepende de um ato praticado que fere o coração do seu criador e por causa desse ato, assume uma postura de reconhecimento do seu Criador como único e necessário Deus de sua vida.

Viver bem um momento penitencial é também reconhecer que Deus é maior e louvá-lo com o coração transformado, ou seja, com o Coração Novo. Por isso, deve-se aproveitar bem este tempo, composto de 40 dias, para celebrá-lo bem.

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