segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sou uma herança do meu pai.

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Neste domingo, dia 20 de Junho de 2010 – mês dedicado a contemplação do Sagrado Coração de Jesus – meu querido pai, Jozias de Souza Carneiro, fez sua páscoa em Nosso Senhor Jesus Cristo ás 04:40 minutos. Ele esta agora no céu, e ali receberá do Pai a coroa da glória que esta reservada para aqueles que nEle viveram nesta terra e confiaram em sua misericórdia e por isso passaram seus dias voltando para o colo de Deus. Este Pai em quem ele mesmo me ensinou a crer.

Meu pai não apenas me ensinou a crer, mas me enviou para a missão me dizendo sempre da graça que era para ele de eu estar no caminho de Deus, mas ao mesmo tempo nunca escondeu a saudade que sentia de mim, e eu também, nunca escondi a saudade que senti dele, a dor da distancia era tantas vezes aliviada por momentos de oração pessoal ou com o povo, como este no qual estamos juntos no Santuário da Penha no dia 12 de Outubro de 2009. Um dia depois do seu aniversário, ele mesmo veio no Evento que tem por nome “Corações Unidos” para unir seu coração ao meu, e ali, de um jeito missionário, eu e meu pai celebramos seu aniversário de 69 anos.

Vivo hoje a graça de pertencer a uma comunidade que me ajuda a rezar estes momentos e dar sentido a eles. Estavamos juntos ôntem na casa de missão da Comunidade Coração Novo, para onde o corpo do papai foi levado para ser velado e ali também foi arrumado pela empresa funerária. lembro-me que eu fui preparado também nesta casa para o meu encontro com o Senhor no Sacramento do matrimônio com a Patricia, minha esposa.  Meu pai foi preparado ali para seu encontro com o esposo.

D. Wilson, pastor e pai, sempre presente em nossa vida, esteve junto conosco para celebrar a missa de corpo presente e junto com ele, Pe. Darci, Pe. Aldo e o Diac. Sérgio Catão que também acompanhou em alguns momentos no hopital o papai. Uma missa de exéquias e por isso mesmo Pascal. Viver a dor combina com celebrar a vida.

Vim para casa e fiz uma leitura de tudo o que aconteceu, entre uma e outra lágrima. Lembrei-me que dedico a minha vida toda a obra de Deus e por isso nem sempre conseguia estar com o meu pai nos momentos em que meus irmãos estavam. E isso sempre me incomodou muito, sempre me questionei a respeito disso, mesmo que depois eu viesse estar com ele em outros momentos.

Quando nos encontravamos, meu pai fazia questão de me levar até a casa dos vizinhos e dos irmãos da Igreja Bom Pastor, a capela na qual ele servia, porque meu pai aprendeu o valor da vida em comunidade e se entregou para cuidar dessa comunidade. Entendi desta forma a alegria do meu pai em tocar a minha vida e compreendi o que significa o quarto mandamento do decalogo “Honrar pai e mãe” – meu pai sentia-se honrado pela meu jeito de viver.

No dia 04 de Junho ele acordou reclamou uma dormencia na mão, ligou para o meu irmão Adilson, que logo me ligou e fomos juntos para estar com ele no posto de saude em Nova Campinas – Duque de Caxias. Dali já saimos e fomos para a emergência do Hospital Getulio Vargas, foi dificil para ele conseguir ficar naquele lugar, mas ali com a ajuda da minha irmã Luciana e de seus amigos e conhecidos, conseguimos acompanha-lo com os exames que eram necessários. Já ali estivemos com tantos médicos que nos ajudaram e também encontrei o Marcelo (Ministério Frutos de Medjugorge) ele estava de plantão e me ajudou no cuidado com o papai.

Ficamos com o pai até domingo dia 06 naquele hospital, quando então ele recebeu alta, era o quarto dia da novena do Sagrado Coração de Jesus.  Dom Orani viria a nossa casa para celebrar a Eucaristia conosco e eu fui para a casa de missão. Estive com a comunidade e pedi ao Waldir que me preparasse uma teca pois meu pai me pediu que levasse a comunhão para ele.

Chegamos na casa de minha irmã, onde meu pai se encontrava  e preparei a Celebração da Palavra, anuncei a verdade daquela liturgia de domingo que nos apresentava a cura do filho da viuva de Sarepta e a autoridade do profeta Elias, o Salmista dizia: “Eu vou exalto o Senhor pois me livrastes, e preservastes minha vida da morte” – depois São Paulo dizia aos Galatas que o Evangelho pregado por ele não era segundo os critérios humanos. Por fim, Jesus esta na cidade de Naim e encontra-se com a mulher que chora a perda de seu filho e Jesus se compadece da dor da mulher e ordena ao Jovem que ele se levante. Disse naquela noite que não a maior milagre que a vida e não a vida mais verdadeira que a ressureição e que para alcançarmos ela um dia, precisamos querer ter um coração ressuscitado no dia de hoje, um Coração Novo.

No dia seguinte, 07/06 estive pela manhã com o meu irmão para preparar o pai para leva-lo ao Hospital da Aeronáutica a pedido de um outro irmão, o Dr. Guilherme, que nos ajudou para que ele pudesse fazer os exames que eram necessários e ser imediatamente encaminhado pela médica Neurologista para fazer a indicação da medicação. Acontece que bem naquele momento ele sentiu-se mal e teve uma convulsão na frente da médica que imediatamente pediu que ele fosse para a emergencia, na emergencia aumetaram as convulsões, ficaram mais fortes e mais frequentes.

Era o quinto dia da novena e estavamos lançando um projeto de evangelização chamado Corações Unidos, o terço da misericórdia da rádio catedral foi rezado ao vivo de nossa casa, meu pai pediu que tivesse um rádio para ele ouvir o terço no hospital, mas isso não foi possivel e a noite, Dom Antônio Augusto esse querido amigo, viria celebrar conosco e foi surpreendido por inumeros contratempos e mais uma vez o Diac. Sergio Catão se fez presente.

Pe. Darci, saiu da comunidade junto comigo e foi ao hospital, meu pai recebeu os sacramentos e se preparava com eles para seu encontro com o esposo.

Naquela noite eu fiquei com o meu pai no hospital, veio o jantar e ao ajuda-lo a comer ele teve uma convulsão das mais fortes, mesmo sob efeito da medicação. Aquela seria sua ultima refeição.

Agora precisavamos de uma UTI e o Dr. Guilherme foi quem conseguiu a internação no Hosp. Salgado Filho com o Dr. La Penta que é amigo dele e estava de plantão naquela terça-feira dia 08 de Junho, Sexto dia de novena. Neste mesmo dia, a noite, após a missa eu receberia um testemunho lindo de um jovem que estava para se suicidar quando ouviu o programa no dia anterior na rádio, mas uma confirmação de Deus para o lugar onde eu devo estar.

…..continua…..

Um comentário:

  1. querido irmã Izaias obrigada por patilhar con nosco estes sentimentos e experiencias tão profundas, nestes momentos a nossa fé se torna ainda mais verdadeira, na maior e profunda comunhão de oração , irmã Maribel.

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