sábado, 19 de junho de 2010

Mensagem para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus do ano de 2010

Na ocasião do Envio de Dom Wilson para a diocese de Tubarão em Santa Catarina;

Da confirmação de promessas de Ana Lúcia, Rosemary Aguiar, Patricia de Sousa e Izaias de Souza Carneiro;

Da renovação das promessas temporárias, por Maria do Socorro, Maria Luiza e Anne Ramiro;

Das primeiras promessas de Ribamar;

Da entrada no discipulado de Daniella e Márcio;

Da entrada no aspirantado de Pierre Descaves;

E de toda a família Coração Novo presente em nossas vidas;

Com a minha vida e de todos estes irmãos ofereço a seguinte reflexão que me foi dada poder fazer com o auxilio do Espirito Santo:

Queridos irmãos e irmãs que a paz do Coração do nosso Deus reine em nossos corações nos ensinando o dom de Amar.

Convido nossa família a estar unida ao Santo Padre que esta manha disse durante sua homilia durante a celebração de encerramento do Ano Sacerdotal no Vaticano que 'todos os Cristãos e os Sacerdotes são chamados ser uma fonte de vida para o mundo'

Queridos, somos chamados pelo batismo a uma vida mergulhada em Jesus Cristo. Este sacramento nos permite acesso aquilo que outrora era tido como impenetrável. Somos convidados a entrar no Santuário e não em um Santuário erguido por mãos humanas mas em Cristo. Ele e O Santuário. E n’Ele, nossa vida pode ser celebrada porque ai esta o único e suficiente sentido de toda a nossa existência.

Amados, se verdadeiramente estamos em Cristo, então, como nos diz o Apostolo Paulo “Não somos nos que vivemos e Ele quem vive em nos”.

Nossos pensamentos, nossas ações, tudo faz sentido porque acontece n’Ele e nada faz sentido fora d’Ele, é no seu interior, ou seja, mergulhados em sua intimidade que sabemos para que viemos ao mundo e qual é a nossa missão enquanto estamos peregrinos nesta terra.

Mergulhados na intimidade de Jesus Cristo, podemos nos aproximar de compreender o sentido que há em viver a angustia, viver a dor, os sofrimentos, o abandono, as agruras que podem eventualmente fazer parte de nossa vida e ao mesmo tempo não deixar de fazer a experiência da segurança que nutre em si mesmo aquele que confia no Senhor e sabe que sua vida esta segura, não por não ter problemas, mas por saber exatamente como conviver com eles.

O convite a contemplação do Coração de Jesus, penso que, não cabe como um admiração que se faz de fora para dentro, como se olhássemos uma imagem esculpida ou torneada em uma fabrica ou por mãos humanas, também não é a admiração da vida de um dos santos de nossa Igreja que tanto bem fizeram e nos deixaram um exemplo muito fecundo. A contemplação ao Coração de Cristo é na verdade a contemplação de dentro do Coração de Cristo para fora.

Em um primeiro momento parece que sou conquistado pela imagem que me mostra um coração revelado, exposto, sem reservas, essa é uma mensagem que por si só já nos diz muito, Jesus expõe-se por inteiro e nos convida a viver a mesma coisa. Esta seguro nEle, quem não tem medo de expor-se como Ele. Na medida em que me encanto com a beleza desta mensagem quero me aproximar mais e mais do Senhor e desejo ficar cada vez mais próximo do calor do fogo que sai do seu coração, porque esse fogo não me queima, não me causa dano, mas me aquece.

Este movimento de saída do lugar onde eu estou e de ida até o Coraçao de Jesus me faz aos poucos passar da beleza da contemplação a um desejo profundo e sincero de fazer amizade com Ele, quero ser amigo de Jesus e andar mais perto e sempre ao seu lado. Mas chegará um momento em que isso por si só já não me bastará e digo a vocês meus irmãos que a mim já não tem mais bastado.

Chega um momento que inevitavelmente, aquele que contempla o Senhor quer ser cúmplice de suas ações. Quer participar delas e vive-las do mesmo jeito como o seu Senhor também vive. E, estando dentro do Senhor, na intimidade d’Ele já não há mais como, participar de um aspecto de sua vida e deixar outro em segundo plano, o que passa a nos interessar não são mais aspectos de sua vida mas toda a sua vida, todo o seu Ser.

Sob este olhar precisamos pensar aquele que é o motivo de nosso carisma e nossa consagração: O Coração de Cristo.

O Coração de Jesus é todo o seu Ser, quem se consagra ao Coração de Jesus consagra-se ao se Ser por inteiro, nada fica de fora, todo o apostolado está inserido em nossa consagração, toda a espiritualidade esta inserida, todo o carisma. É claro que temos uma identidade particular e esta nos é dada por uma experiência com o Espirito Santo (Pentecostes) que nos revela o querer de Deus, mas devemos saber que nossa vida espiritual só é possível graças a muitas outras consagrações que são vividas por muitos outros irmãos espalhados pelo mundo. Somos membros de um corpo, de uma família e como tal precisamos saber que nosso lugar é no Coração deste Corpo ajudando a bombear o sangue e nutrir tudo o que se encontro ao nosso redor. Por isso precisamos conhecer e amar o quanto possível os carismas nascidos na e da Igreja e nos comprometer a reanimar os que vivem momentos de fragilidade para que a Igreja tenha “Vida e vida em abundância” (conf. Jo. 10,10).

Aquele que se torna cúmplice do Coração de Cristo, sabe o que vai dentro do Coração do seu Senhor quando este dói, quando sofre por causa de um filho seu, por causa da injustiça do mundo, por causa dos desequilíbrios do seu próprio corpo, de sua própria Igreja. Os que são íntimos do Coração de Cristo, sentem a dor que o Coração de Cristo sente ou pelo menos estão abertos a senti-la. Vivem com o espírito sereno a compaixão com todos os que sofrem, e acolhe, como o pai misericordioso acolhe o filho que volta ao seu convívio. Não há lugar para julgamentos ou condenações, não há espaço para pré-conceitos, tudo agora é vivido do jeito de Jesus.

Sempre haverá um Zaqueu em cima de uma arvore esperando que o consagrado o veja e o assuma em sua vida como pessoa intima. Sempre haverá uma mulher pega em adultério que precisará ser acolhida e educada com misericórdia, sempre haverão vendilhões do templo que precisaram experimentar da autoridade de um consagrado e sempre haverão cruzes que serão para nós a oportunidade de dizer sim e acolher a vontade do pai.

A palavra do papa Bento XVI, quer ser para nós uma lembrança da nossa missão. Quem esta dentro do Coração de Cristo, quem é intimo dEle, conhece-o e sabe que Ele esta aberto, por isso, a própria pessoa que se consagra deve nutrir a consciência de precisar acolher a todos que o seu Senhor acolher.

Jesus é o filho de Deus encarnado que quer nos revelar como é a ação de Deus que a todos deseja acolher, cuidar e curar, porque toda a sua criação deseja voltar para seu Coração, portanto, Jesus nos revela do jeito de Deus. E todos os que tem esta revelação e desejam viver esta intimidade precisaram compreender a necessidade de aprender o jeito de Deus.

Todo o Cristão e todo sacerdote deve estar aberto para acolher a todos os que Deus acolhe. Se não se tem abertura para aprender de Deus acolher os seus filhos, então, pode acontecer de que esta cumplicidade com o seu coração ainda não tenha amadurecido o bastante. A vida comunitária é o lugar da experiência do acolhimento. A comunidade é o lugar, onde por excelência somos chamados a viver na intimidade do Coração de Deus e acolher aos que Deus acolhe. A comunidade é a escola que nos forma para viver no céu, onde todos os que Deus quiser serão acolhidos.

A vida comunitária, é-nos dada como oportunidade para viver aqui na terra aquilo que será o céu. É preciso deixar que o nosso coração seja rasgado pela causa do Evangelho, e que esta abertura causada por tantas feridas de amor ao Coração de Jesus nos faça cúmplices d’Ele no acolhimento e no cuidado de nossos irmãos.

Dentro da nossa vida devem caber todos os que couberem na vida de Deus, e, se alguém não couber devemos nos deixar formar para aprender a fazer caber em nós, cada pessoa, cada irmão, que a cada dia Deus nos quiser nos dar a graça de conhecer.

Nesta solenidade do Sagrado Coração de Jesus do ano de Nosso Senhor de 2010, rogo a Deus que sejamos amadurecidos para esta realidade espiritual que nos cerca e quer marcar o nosso coração.

Que o bom Deus abençoe a todos.



Rio de Janeiro, 11 de junho de 2010.





Izaias de Souza Carneiro

Fundador

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